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16/03/2016

POEMA À DEMOCRACIA

Ah, Tu à gente nova que não viveu um só dia negro, 
Que não é dada a Oliver Cromwell, a Jacobinos...
Ah, Tu à gente lhana que parece se dera ao pelego,
Mas que também Te merece, ainda não a seus hinos...

Gente que finco'esp'rança n'alma de quem fosse a desgraça
Ou o mal, mas idolatrado, visto como bom, irmão e patriota,
Jamais corvo a rasgar a alma de quem lhe confiou o faça!
E de tão mau enlaçasse a nação e a fizesse parecer idiota?

Não! É essa gente lhana a que Tu hás de  sempre querer, 
Não a um traidor que salgasse a cama do Brasil-criança,
Porque Contigo em cada um de nós, num eterno merecer,
Fazemos a Pátria prometida que a partir de hoje avança.

Saiba Tua gente pelo Deus de certo amada,
Mas deveras tão dotada de inocência!:
Eu já alimentei o Teu amanhã, e não sou nada.
Sim, um dia fui viril na ação, e não pedi clemência,

Sofri, mas não quebrei um só galho das nossas rosas,
Procurei tanto crescer em Ti, ó mãe Democracia,
Envelheci, mas cantei aquela canção, fiz versos e prosas,
Denotei, não sei, mas não deixei a Pátria de Ti vazia.

Eis porque peço por Ti à essa gente irmã, 
Vez que o mal é um rio que parece o Don,
"Corrige o teu erro, por teu amanhã,
Abre a goela e avança ao front

Das ruas e marchando em paz, 
Cantando o sonho em sua verdade.
Vai! Pratica agora o que A satisfaz:
A Sua essência pura de Liberdade!"