Vou-lhes contar um fato sobre esse time.
Eu matara a tarde no meu trabalho, somente por ir assistir
ao treino do Timão e também tirar algumas fotos e autografar o manto sagrado e
branco para a minha afilhada de apenas três aninhos de idade.
Era terça-feira, não
me lembro a data exata. O grande Vicente Matheus dava entrevista para uma rede
de tevê no jardim do Parque São Jorge. O craque Neto chegava com uma jaqueta de
couro bege.
— Que é? Que você quer? Falou o craque Neto.
— Neto, por favor, tira uma foto comigo.
— Pra quê?
— Pra eu dar pra minha afilhada de três aninhos de idade e ela guardar pra história, respondi.
— Então, tá bom, porque se fosse pra você eu não tirava, não!
respondeu. E tiramos
a foto.
— Só isso que você quer?
— Fiquei meio sem graça. Perto dos ídolos, sempre ficamos sem graça.
E ele:
— Aproveita, pô! Tô brincando.
Ao que relaxei.
— Então, me dá um abraço. E ganhei um abraço e um tapa meio fortes na costas.
— O assistente administrativo do Timão, que me acompanhava, falou:
— Neto, a camisa está chegando, depois você autografa pra ele, por favor.
— Tá bom!
Mas depois, olhou pra mim e disse:
— Você ainda quer isso, também!?
Apenas sorri.
— Agora vou trocar de roupa e vou pro treino. E seguiu.
— Imediatamente, aproximou-se Ronaldo, colocou a mão esquerda no meu ombro e disse, sorrindo:
— E eu, não quer foto comigo, não!? Neto é mascarado (brincou).
Abracei-o na cintura (só tenho 1.70 m). E tiramos a foto.
Treino em andamento. Eu os admirava silente, pensativo. Que galera humilde! Unida! Vão ser campeões!
Ao final do treino, acreditem: todos de camisa na mão, abraçavam-se e sorriam, mesmo suados. Passaram pelo portão do alambrado e entraram no velho vestiário, onde havia alguns chuveiros precários e uma velha mesa de madeira bem no meio do ambiente.
Entrei junto e fiquei ali, num canto, esperando.
Fui gentilmente atendido por todos. Mas, Fabinho, ponta direita, o último a sair do banho, a chacoalhar o cabelo, gritou: espera! Já vou aí! Desculpa! E veio: toalha branca enrolada na cintura, as mãos ainda meio úmidas. Secou-as de vez, autografou o manto sagrado, depois me abraçou e tirou quantas fotos eu quis. Foi vestir-se, mas não antes de repetir: Me desculpa pela demora, tá!
Bem gente, hoje sou cinquentão e este testemunho só não é mais substancial porque fui assaltado de volta pra casa e levaram-me todo o material. Mas o fato está na memória e o concretizo neste verídico texto.
Hoje, somos bicampeões do mundo, já não temos mais velhos chuveiros e mesas, pelo contrário, uma arena com o que há de mais moderno em instalações e um museu com momentos históricos desses craques e de outros que por lá passaram e teremos dos que ainda chegarão.
Obrigado por tudo, Corinthians. Obrigado, campeões. 25 anos!
FELIZ NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO! A começar pelos que já estão com Deus.
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