“Da vida, a fé é a própria crença
em si e em cores de ser objeto de quem a sustenta, ou seja, é onipotência independente, e tal como força
suprema que incide sobre quem a invoca, por achar-se merecedor, como fruto do seu trabalho, posto
que a vida nada oferece, por ser objeto de alcance e não de barganha: achar-se
merecedor é conquistar a fé, com esforço mental, ou agarrá-la braçalmente; ou se corre atrás da
vida, com tudo que ela carregue, ou se perde das duas. Chega a morte em duas cores e oferece tudo que
tenha, mas depois de retirar o branco. Eis nada para a história, resta o
fracasso do homem”.
https://leitura.com.br/dellarquim-L030-9788590510819
17/12/2013
13/12/2013
MEUS VOTOS PARA O NATAL
FELIZ NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO A TODOS!
QUE NO ANO VINDOURO SE POSSA DESFRUTAR DE DIGNIDADE, COMO SAÚDE PÚBLICA, SEGURANÇA, PROBIDADE...
"O meu agreste sem água é um mar morto,
Beira à peste, e o olhar sem mágoa, no ar torto
É clamor dum povo, de abundância prometida,
À espera do novo ou da ambulância da partida".
Obrigado.
www.youtube.com/watch?v=zrB1i332J0s
QUE NO ANO VINDOURO SE POSSA DESFRUTAR DE DIGNIDADE, COMO SAÚDE PÚBLICA, SEGURANÇA, PROBIDADE...
"O meu agreste sem água é um mar morto,
Beira à peste, e o olhar sem mágoa, no ar torto
É clamor dum povo, de abundância prometida,
À espera do novo ou da ambulância da partida".
Obrigado.
www.youtube.com/watch?v=zrB1i332J0s
09/12/2013
COMO CARTA DA SUA PARTEIRA AO CANTOR REGINALDO ROSSI
POR QUE ALGUMAS
PESSOAS AMADAS CARECEM DE MAIS PRUDÊNCIA
(Como carta da sua
parteira ao cantor Reginaldo Rossi)
Por mim, aquele menino
que queria ser cantor e ficava a te admirar, tu de camisa azul clara de mangas
longas caídas e desabotoadas nos punhos, recebendo a gravidade de uma bolsa
marrom, a tiracolo, na porta da velha TV TUPI, início dos anos
setenta).
By J. M. Monteiraso
Ao nascermos, somos anjos, recebidos de bruços, como quisessem ver as pontas das nossas asas.
Mas logo nos lascam uma palmada nas
nádegas arroxeadas, só por nos verem chorar, como se anjos chorassem. A palmada, por vezes vem-nos tão forte, como
se o obstetra, ou parteira, achassem que somos super-heróis.
Acontece que choramos, pois não
somos anjos celestiais, mas, sim, ainda terráqueos. Ainda, porque alguns ascenderão ainda em vida,
enquanto outros, possivelmente, após a
morte, saliente-se.
Salientar significa tornar
saliente, ou tornar-se tal. Claro que neste caso, uns tornam-se mesmo salientes:
se lhes batem seguida do imperativo ‘chora!’, eles choram, só pra não apanhar
mais. Se lhes batem seguido do vocativo ‘canta nenê!’, eles de tão salientes
fazem a todos sorrir, assim: neste corpo meigo e tão pequeno, há uma espécie de
veneno, tão gostoso e provar...
E o tempo passa, o menino vai crescendo,
diz-se quente, acha-se um pão (gato), exige doutros deixar de banca, afirma que
não presta mas sabe amar, ama a namorada do amigo, fica meio valentão... mas
surge com estes versos: Ah! Que tristeza dá relembrar o dia em que a alegria me
disse adeus.
Pudesse estar aí, agora, dar-te-ia primeiramente uma palmada neste bumbum em
repouso, depois um abraço, primeiramente raivoso, como a punir-te pelas imprudências,
depois mais um aperto, gostoso, por teu retorno
ao convívio de quem te ama.
Algumas pessoas amadas carecem de mais prudência porque mesmo com tanto carinho que recebem mundo afora, desconhecem
o segredo do cofre desses que lhes querem bem.
Toma juízo, meu garoto
saliente! Não precisas agir assim, ganhar colo e comidinha numa cama de UTI é,
neste momento, relevante; embora saibas, é bom reiterar que és amado e por isso
tens o dever da prudência e a sabedoria de que teu íntimo não machucará a alma
dos teus fiéis.
Vieste ao mundo para cantar e alegrar,
ser saliente sem ser imprudente. A culpa é da nossa sociedade e logo também tua se não estás de pé, agora, para receberes a louvação do teu auditório. Reflete e volta, amanhã, com como o encanto dos recém
nascidos, sem os vícios dos adultos, porque até esta velha tua parteira estará
ao teu lado. Com a graça de Deus.
Volta e refaz a letra daquela
canção: toda a alegria que eu sinto agora só pôde acontecer porque a felicidade trouxera quem me ama ainda mais pra mais de mim: o público.
Abraço, amigo.
................................................................................................................................................................ Pois é, não deu, amigo, o inevitável sempre vence. Descanse em paz. Quem sabe, não viramos mesmo bebês, por nascermos de novo. Descanse em paz!
................................................................................................................................................................ Pois é, não deu, amigo, o inevitável sempre vence. Descanse em paz. Quem sabe, não viramos mesmo bebês, por nascermos de novo. Descanse em paz!
05/12/2013
HOMENAGEM A NELSON MANDELA
Quando nasci, me assentaram no registro a tal da cor parda, como fingidamente costumava-se chamar as pessoas tidas por negras, mas com algum prestígio local; lá na minha terra, chama-se os mestiços, índios, mulatos de caboclos. Destarte, minha origem paterna é portuguesa e a materna é de uma linda caboclazinha, tupinambá.
Isso porque, século XIX, certo fidalgo, português, de olhos verdes e apaixonado pela terra do pau brasil, montou em seu cavalo e a galope alcançou a mocinha selvagem e pura: conta-se que teve de aprisioná-la por algum tempo, como domando-a, por torná-la esposa, sob a curiosidade dos seus familiares.
O tempo passou e certo dia, num momentâneo desafeto, um coleguinha de colégio me disse: seu negrinho chato! Ofendi-me e bati-lhe na face. (Eu senti vergonha de ser chamado de negro pela primeira vez. Mas sou negro, sim, bisneto daquele cavaleiro fidalgo e daquela meninazinha originalmente brasileira, como Machado de Assis e Castro Alves, por exemplos: do meu bisavô, modéstia à parte, herdei o bom gosto pela literatura e pela poesia, mais tarde também pela filosofia, estas que fluíam no sangue do não menos querido papai — por quem fui iniciado em tal idiossincrasia, mas aos olhos dos infantes incautos, meus amiguinhos perdidos na temporalidade —, e com quem também aprendi a diferenciar pessoa humana de gente e esta de povo, e a questionar; destarte, nem todos são compreendidos): o fato ocorreu porque era aula de História do Brasil, e eu não entendia por que o Cabo da Boa Esperança tinha tal nome, vez que fica na África do Sul que parecia não dar importância à grita dos negros, imperava o Apartheid.
Cresci, também, aos pés de uma estátua de Ruy Barbosa, insigne da minh’alma; decerto, não poderia morrer sem estudar Direito.
Direito é o conjunto de normas jurídicas vigentes em um país, o que chamamos de direito positivo, porque conforme a lei. Resumidamente, direitos são as garantias do cidadão, como o da igualdade racial.
Foi exatamente, usando do meu ainda tímido direito de questionar que me solidarizei com a dor de um homem negro e forte, de músculos e de honra e aspirações: Nelson Mandela, o Xhosa que lutou pelo seu direito magno, o da igualdade racial, e que depois de amargar a prisão e a tortura por vinte e sete anos, tornar-se-ia o Presidente do seu povo, ganharia o Prêmio Nobel da Paz e calaria a boca dos perversos e racistas.
Morre hoje o cansado corpo, mas fica o legado do homem; sobe ao celestial a sua alma, a ser recebida no salão lilás, com incontáveis mega-tons de acolha e felicidade; sei que dói, mas não chores, vela a pele de quem não se te esfriará, por ser histórica, teu orgulho, ó África do Sul! Assim e em igualdade, o mundo já compartilha e se colore.
December, 05, 2013. facebook: jmmonteiraso @dellarquim
20/10/2013
O CAPITAL VERSUS A INSENSATEZ E OS MAUS TRATOS AOS ANIMAIS
Amigos, escrevo-lhes para dizer-lhes o que penso do capital, cuja
nova classificação gramatical ouso dar: ‘substantivo masculino antagônico,
que se em mãos de gente sana corrobora com o desenvolvimento humano: quer
religioso, cultural, científico; quer se em mãos de mentes diabólicas tenta
matar até Deus’.
O capital quando atrelado a pseudos poderosos, que não se acham à subsunção da lei, humanos na aparência, mas por baixo dos ternos apresentam chifres também nas tetas, é o mal e o bem, a ignomínia e a virtude, a sabedoria e a insensatez, que levam a maioria dos homens ao desequilíbrio, à selvageria e à insanidade incompreensíveis.
Enquanto bem gerido, esse substantivo antagônico abarca o que de melhor se extrai do velho jus naturalismo: o respeito à Natureza, porquanto, a todos os espécimes que Nela se contêm; enquanto mal gerido, tira o homem da essência divina e o remete às profundezas do inferno, logo, submetido ao positivismo, no qual deverá pagar por seus atos.
Refiro-me ao infernal episódio ocorrido esta semana, em que ativistas, com apoio de Black Blocs, invadiram o Laboratório Royal, embora a associação de cientistas SBPC defende as pesquisas com animais, já não era sem tempo de se tomar uma atitude cuja repercussão universal chamasse à baila o que se faz mundo afora com os animais: uns, por desenvolverem fórmulas para perfumes, extraem os testículos daqueles e os soltam à mata, como pudessem recompor a sua saúde, mediante a dor da castração; outros esfolam ainda vivas focas no Polo Norte, e mancham a neve alva de uma maldita e capitalista querência rubra, como levasse incautos a confundi-la com imensos potes de catchup derramados, após a ceia de algum expedicionário pacífico, que não conhecesse a dor de um sangue derramado, em animal ainda vivo, reitere-se, em ato de irreversividade vital; ou mesmo aqui na nossa cara o mal ao meio ambiente de Peruíbe, estado de São Paulo, com projetos questionáveis, ademais, a construção da Usina de Belo Monte, no estado do Pará. Ecossistema e índios parecem não ter vida, assim como os que idealizam tais barbáries em nome do progresso insustentável parecem não ser humanos.
Os Black Blocs, que até então eram alvo de críticas, porque agiam na contramão dos justos movimentos sociais, nos quais se infiltravam, surpreendentemente se aliaram aos ativistas que afirmam ter desmoronado a dor dos animais no tal laboratório Royal. Em sendo assim, é cidadania!
Cidadania também é não consumir produtos de empresas comprovadamente cruéis.
O nobre então Promotor de Justiça, Deputado Estadual e doutrinador de Direito Penal e Processo Penal Fernando Capez, manifestou-se em discurso forte, no Plenário, em apoio aos ativistas. Eu estou com o eminente supra, portanto, com o bem e com o Deus; e os que são do capeta que morram logo e vão morar com ele.
A conclusão o capital não é selvagem, homens o fazem e igualmente se tornam, e que a sociedade não pode, não deve e há de sempre entender e assegurar a importância das pesquisas científicas, se eticamente comprovada, missão do Ministério Público.
Por favor, compartilhe.
Obrigado.
Enquanto bem gerido, esse substantivo antagônico abarca o que de melhor se extrai do velho jus naturalismo: o respeito à Natureza, porquanto, a todos os espécimes que Nela se contêm; enquanto mal gerido, tira o homem da essência divina e o remete às profundezas do inferno, logo, submetido ao positivismo, no qual deverá pagar por seus atos.
Refiro-me ao infernal episódio ocorrido esta semana, em que ativistas, com apoio de Black Blocs, invadiram o Laboratório Royal, embora a associação de cientistas SBPC defende as pesquisas com animais, já não era sem tempo de se tomar uma atitude cuja repercussão universal chamasse à baila o que se faz mundo afora com os animais: uns, por desenvolverem fórmulas para perfumes, extraem os testículos daqueles e os soltam à mata, como pudessem recompor a sua saúde, mediante a dor da castração; outros esfolam ainda vivas focas no Polo Norte, e mancham a neve alva de uma maldita e capitalista querência rubra, como levasse incautos a confundi-la com imensos potes de catchup derramados, após a ceia de algum expedicionário pacífico, que não conhecesse a dor de um sangue derramado, em animal ainda vivo, reitere-se, em ato de irreversividade vital; ou mesmo aqui na nossa cara o mal ao meio ambiente de Peruíbe, estado de São Paulo, com projetos questionáveis, ademais, a construção da Usina de Belo Monte, no estado do Pará. Ecossistema e índios parecem não ter vida, assim como os que idealizam tais barbáries em nome do progresso insustentável parecem não ser humanos.
Os Black Blocs, que até então eram alvo de críticas, porque agiam na contramão dos justos movimentos sociais, nos quais se infiltravam, surpreendentemente se aliaram aos ativistas que afirmam ter desmoronado a dor dos animais no tal laboratório Royal. Em sendo assim, é cidadania!
Cidadania também é não consumir produtos de empresas comprovadamente cruéis.
O nobre então Promotor de Justiça, Deputado Estadual e doutrinador de Direito Penal e Processo Penal Fernando Capez, manifestou-se em discurso forte, no Plenário, em apoio aos ativistas. Eu estou com o eminente supra, portanto, com o bem e com o Deus; e os que são do capeta que morram logo e vão morar com ele.
A conclusão o capital não é selvagem, homens o fazem e igualmente se tornam, e que a sociedade não pode, não deve e há de sempre entender e assegurar a importância das pesquisas científicas, se eticamente comprovada, missão do Ministério Público.
Por favor, compartilhe.
Obrigado.
15/09/2013
A PRIMAVERA
A Primavera. Ah! A Primavera!
A melhor estação para andar descalço: mesmo se o trem chegasse e ele não
conseguisse contratar um carreto, voltávamos os dois, ora largados na carroça,
marcando fracamente nos joelhos o tempo e nos corações o andamento da canção da
simplicidade, ora com nossos chinelos de dedo nas mãos, felizes, pisando em flores
orvalhadas, entoando com os pássaros ora notas soltas, ora silenciosos e
agradecidos, enquanto o burro balançava o rabo e trotava, e dançava e dançava,
mesmo com as patas idosas, sem sapatos de ferro. Éramos todos felicidade. Por isso, sentíamos os três o chão oloroso
muito mais que os mais abastados. Eu sempre atento à copa das árvores: ora, apreciando uma, ora, outra e querendo que sua beleza pulasse em mim. Eu era todo flor-de-lis, e com a
nova estação, pássaros deixariam para sempre de ser vítima do meu estilingue.
.................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................
Estilingue, coisa do passado; eu cresci, aprendera que não se mata.
Adquira esta maravilhosa obra pelo site: https://www.martinsfontespaulista.com.br/dellarquim-1024731/p
J. M.
Monteirás in DELLARQUIM, p.28
11/09/2013
O PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
Aos olhos do poeta.
Um bem jurídico que nada signifique para o homem
que não saiba o que é valor pode ser muito significante para o que na alma
guarde o que tanto se deva valorizar: o já velho e quebrado primeiro brinquedo,
ou o livro desbotado da sua primeira leitura, por exemplos.
De modo que, a quaisquer
ramos do Direito, inquestionável, outros bens de maior e suma significância
para o equilíbrio, como a família, ou qualquer de seus membros, seja humana ou
animal ou outra assim espécie ameaçada da Natureza, em sua grita de socorro.
Portanto, o milionário não deve ver-se diminuído
de suas posses por furto de coisa de pouco valor, material, ou fungível, mas
ele e o humilde, este que quase nada possui, poderão sentir-se
demasiadamente violados, se lhes subtraído ainda que só um verso de um
tempo irrecuperável. O Mundo
não pode perder de si mesmo, por isso as Leis regulamentam e o Direito em suas fontes se lhes exige.
Role o cursor para baixo e veja também em publicações mais antigas o artigo PIF - PERITONITE INFECCIOSA FELINA x MAUS TRATOS AOS ANIMAIS
Aos olhos do Ordenamento.
APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA
INSIGNIFICÂNCIA NOS CRIMES PATRIMONIAIS
Conforme nosso
ordenamento penal, crime é um fato típico, antijurídico e culpável.
Dos ilícitos penais
sobre o patrimônio, tais como furto
(artigo 155) e estelionato (artigo 171), e outros como de apropriação (artigos
168 e 169) quer em face do particular (patrimônio privado), quer em face da
administração pública (patrimônio público), se de menor monta, poder-se-á
aplicar-lhes o Princípio da
Insignificância.
O Código Penal pátrio, recebeu
influências de filósofos liberais, cujo pensamento baseava-se no princípio da
utilidade pública, dentre esses o empirista Jeremy Bentham1
(Londres, 1748-1832); Cesare Beccaria2 (Milão, 1738 -1794) e Mello
Freire3 (Portugal, 1738-1798), além dos Códigos Napoleônico (França,
1810 e 1819); Código alemão (1813, que aproveitou fragmentos do direito romano)
e do Código dos Estados Unidos da América (1881), mas de relevância para este
tema, cabe citar o brocardo do direito
romano “de minimis nom curat praetor”,
ou seja, o pretor não cuida de coisas pequenas; pelo que se interpreta, de
certo modo, deixar desamparadas juridicamente as questões patrimoniais de
pequena monta, ao que hodiernamente chamamos de insignificantes.
O Princípio da
Insignificância é subjetivo, portanto aplicado conforme a complexidade do caso,
mensurando-se a valoração ou relevância penal, ficando a argumentação arguida
ao arbítrio do julgador, a entender ou não ser o ilícito simplesmente crime de
bagatela.
Para o Superior
Tribunal de Justiça, o Princípio da Insignificância, a bagatela no caso de
furto, por exemplo, é a subtração de valor tão ínfimo em relação ao bem
jurídico tutelado e o tipo injusto, cuja
res furtiva equivalha a uma esmola,
configurando um delito de bagatela, não havendo, portanto, que se punir o
agente.
No entanto, posicionamento firmado pela
Quinta Turma do STJ no julgamento do HC 150.236-DF, Min. Rel. Laurita Vaz, denegou o remédio sobre o crime
de furto qualificado de objetos dentro de veículo, no montante de R$ 75,00
(setenta e cinco reais) por, embora de pequena monta, tratar-se de ato reiterado do paciente, mantendo-se a condenação de 2 (dois) anos e
7 (sete) meses de reclusão em regime semiaberto.
Nesta mesma esteira interpretativa, no Resp 827.960-PR, a
mesma Turma, Min. Rel. Felix Fischer, sobre o furto de uma lata de cola no
valor de R$ 4,15 (quatro reais e quinze centavos) igualmente negou provimento,
sob a alegação de maus antecedentes do Recorrente. In verbis: Vale dizer: o que seria
insignificante passa a ser penalmente relevante diante dos maus antecedentes;
e, o que seria penalmente relevante pode deixar de ser pelos louváveis
antecedentes (ou condição social).
Isto, data venia, é incompatível
com o Estado de Direito Democrático.
Ante o exposto, nego provimento ao recurso especial.
Conclui-se, portanto, que não só
bastará ser o valor subtraído ínfimo o suficiente para não se punir o agente,
destarte necessário levar-se em consideração os bons antecedentes.
Nesta mesma linha de valoração ou
relevância penal, cabe distinguir a bagatela da coisa de pequeno valor, porque
enquanto aquela não pune, ou seja, conforme entendimento do STF exclui a
tipicidade, desde que atendidos 4 (quatro) requisitos, quais sejam:
1. Mínima ofensividade;
2. Ausência total de periculosidade da ação;
3.
Ínfimo grau de reprovabilidade do comportamento;
4.
Inexpressividade da lesão jurídica ocasionada.
Ademais, na utilização prática, quanto aos crimes de bagatela, demonstre-se o fato ter sido praticado sem violência ou grave ameaça; já nos crimes de pequeno valor, ou seja, como referência não ultrapassem um salário mínimo, não excluem a tipicidade mas por serem de menor potencial ofensivo, são privilegiados com a pena reduzida.
Define-se patrimônio como direito que dispõe de valor econômico ou afetivo. Assim, crimes patrimoniais como furto (artigo 155), estelionato (artigo 171) e outros como de apropriação (artigos 168 e 169) todos do Código Penal, poderão ocorrer não somente em prejuízo do bem privado (particular), como em prejuízo do bem público (Administração Pública – Lei nº 8.137/1990 – artigos 1º e 2º) e artigos 312, 313, 316, 317, 337-A e outros do Código Penal).
No caso de crimes praticados contra a Administração Pública, por adequação de custos, decidiu o STF pelo Princípio da Insignificância, logo, não sujeitando a Execução Fiscal montante não superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais), letra do artigo 20 da Lei nº 10.522/2002, alterado pela Lei nº 11.033/2004.
Ademais, na utilização prática, quanto aos crimes de bagatela, demonstre-se o fato ter sido praticado sem violência ou grave ameaça; já nos crimes de pequeno valor, ou seja, como referência não ultrapassem um salário mínimo, não excluem a tipicidade mas por serem de menor potencial ofensivo, são privilegiados com a pena reduzida.
Define-se patrimônio como direito que dispõe de valor econômico ou afetivo. Assim, crimes patrimoniais como furto (artigo 155), estelionato (artigo 171) e outros como de apropriação (artigos 168 e 169) todos do Código Penal, poderão ocorrer não somente em prejuízo do bem privado (particular), como em prejuízo do bem público (Administração Pública – Lei nº 8.137/1990 – artigos 1º e 2º) e artigos 312, 313, 316, 317, 337-A e outros do Código Penal).
No caso de crimes praticados contra a Administração Pública, por adequação de custos, decidiu o STF pelo Princípio da Insignificância, logo, não sujeitando a Execução Fiscal montante não superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais), letra do artigo 20 da Lei nº 10.522/2002, alterado pela Lei nº 11.033/2004.
*
O Código Penal brasileiro, com características baseada no pensamento
liberal e no princípio da utilidade pública, teve como influência as idéias de
Bentham, Beccaria e Mello Freire, bem como dos Códigos franceses de 1810 e 1819
(também conhecido de Napoleônico), do Código da Baviera e do Código da
Lousiana. Instituto Palmas de Ensino
Superior. Elielma dos
Santos Silva. Mauricio Kramer. Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAsC8AE/direito-penal.
BENTHAM1,
Jeremy – O empirismo era a concentração
filosófica na moral e na política, cuja base do pensamento de Bentham era o
princípio da maior felicidade, afastando o egoísmo e o interesse pessoal (N. do
A).
BECCARIA2,
Cesare – Preocupava-se muito com a vida após o cárcere ou seja, o egresso à
sociedade, a reabilitação social (N do A).
MELLO FREIRE3,
Paschoal José – Contemporâneo de Beccaria, professor da Universidade de Coimbra
e doutrinador com também pensamento
humanitário, defensor do de leis menos severas, entende que o criminoso ainda é
cidadão e deve ser tratado, visando a ressocialização (N do A).
27/08/2013
ADEUS, GILMAR DOS SANTOS NEVES
P.61- 64
"O que vi com os
meus próprios olhos, naufragados nos raios daquelas tardes, ninguém veria, não
o fossem juventas de um coração infante, irresistivelmente abertas a esse
colírio e já distinguissem o que mancha e cega do que apraz, embeleza e fica.
Antes, tudo me era imaginário, depois, real
belo. Ah, eu pudesse ter de volta esse tempo!".
Estou aqui pensando como não será a Seleção Brasileira no Céu.
Podem chutar à vontade, pois vai ter quem cate.
O bicampeão mundial Gilmar foi um dos grandes goleiros que vi voar pra bola e não espalmá-la: catava-a!
Em tempo, igualmente magistrais Castilho, Marco Aurélio, Manga... mas Chagas e Bangu dos inesquecíveis 2 de Julho e Flamengo (o Mengão!), da minha infância querida, em Ruy Barbosa-Ba (http://jornalmunicipal.blogspot.com.br/2009/10/um-memoravel-dois-de-julho-x-flamengao.html). É isso mesmo, goleiros e tanto!, e outros craques do futebol... mas os dois últimos, da minha inesquecível cidadezinha....! Ah...!!!
Vou dar trechos da minha obra DELLARQUIM.
P. 51.
Todavia, nada disso representava para nós, se comparado ao
ufanável e pugente espetáculo nas tardes de domingo, em nosso teatro
inintelegível, sem tapete no chão, de piso irregular, de telhado celestial (em
1959, a América Latina passava por grande transformação política, iniciara-se a
guerrilha, Fidel Castro assumira o poder em Cuba, Che Guevara fora condecorado
pelo governo brasileiro, abria-se, então, o livro do futuro enigmático; e lá,
em nossa cidadezinha, ninguém parecia dar tanta importância): nossa festa
privativa! Prazer inigualável, espetáculo de beleza e sincronismo a céu aberto,
reitere-se, em que os aplausos ecoavam rumo às outras estrelas envelhecidas que
por lá ficavam, a velar novos instantes, porque outras, recém-surgidas, no
mesmo palco, conosco igualmente convivessem - minhas tardes de futebol.
P.59
Contava do orgulho da nossa cidade, as vesperais de domingo.
Do lado oeste, portanto oposto à estação e trens, rodeados
por eucaliptos e bambus, homens faziam suas apostas. Alguns quase se excediam
ao oferecer tantas vantagens, outros perdiam tudo, por acreditar que essas
vantagens, às vezes já conseguidas, perdurariam para pleno êxito. Dou-lhe três
por um, dou-lhe dez por dois... Aceito!
As duas equipes exaltavam até os deuses, embora eram homens
comuns: nossos amigos e nossos ídolos, nossos inimigos e nossos heróis.
Amigos, porque convivíamos pelas ruas, ídolos, porque eram mesmo insignes.
Inimigos apenas por alguns minutos, levados pelo brio e respeito à competição;
heróis, porque eram imbatíveis.
A primeira equipe vestia calção e meias brancas, camisa
amarela com uma faixa perpendicular verde, que começava do lado esquerdo e
subia até o ombro direito. Nas costas, um número destacado, sobre o peito esquerdo, o emblema mais bonito
até então visto: 2 de Julho. Ambos ainda na cor verde.
A segunda equipe, calção preto, meias vermelhas e camisa
branca com duas faixas horizontais na altura do peito, uma na cor preta, outra
na cor vermelha. Nas costas, o número, destacado, na cor preta, e sobre o peito
esquerdo - como também não poderia deixar de ser - o "F", como fosse
de força, ambos bordados, ainda em vermelho, com as bordas pretas.
Cabe repetir que eram vinte
dois homens, vinte e dois ídolos, vinte e dois craques, vinte e dois
heróis. Dois times de futebol. E eu torcia pelos dois.
Penso até hoje ter sido aquilo uma dádiva de Deus, porque em
um lugarzinho tão escondido do universo - onde areia era grama e nem acentos
havia, onde, também, por todo o tempo do jogo as emoções se multiplicavam - aí
eu estava, presenciando a tudo, admirado, vendo homens e mulheres a deliciar-se
com as jogadas. Um, era canário cantador; outro, rubro-negro encantador.
Dellarquim e eu, lado a lado, com ares de superioridade, em nossa análise
tática, vendo um ora atacando o outro, ora defendendo-se com igual honra.
Estávamos todos predestinados ao equilíbrio e à felicidade,
porque os jogos quase sempre terminariam empatados. Quem se dava a vantagens
sabia que só ganharia, mesmo, com a dignidade daqueles herois: Álvaro,
Joaninho, Moreno, Paulo, Nildo, Chagas, Zé Rarapa, tantos... tantos...
tantos... tantos, meu Deus!
O jogo de futebol é caracterizado pela plástica das jogadas,
pela euforia das torcidas, pelo próprio espetáculo, pelos comentários
instantâneos e posteriores. Em nossa cidadezinha linda, de ruas limpas e onde
não se cospe no chão, não era diferente: convinha-nos morar na admiração, no
louvar, na euforia, sonhar no orgulho: Homo
sapiens de Lineu.
Homo sapiens de Lineu!!!
Quem nos desafiou, morreu,
São heróis os nossos homens!!!
As redes logo aos dolmens!!!!
E muito mais que em tríade, assim gritávamos pelas ruas.
Equipes afamadas caíam derrotadas aos pés de nossos heróis.
Como podem jogar tanto futebol no pior campo do mundo?! - perguntava-se sempre
cada qual daquelas.
Vou descrever algumas jogadas épicas, as quais,
envaidecidamente, batizei de quânticas. Não dos canarinhos, nem dos
rubro-negros, mas da seleção da cidade, uniforme azul-claro e branco, contra um
dos melhores times que havia do Sul.
De esquema tático inicial 4-4-2, aparentando retranca, mas ver-se-á que não, porque era no campo do adversário. A bola teria de ser
combatida por nossos dois atacantes, já na saída de jogo do adversário; na espreita pelo
abafar surpresa, dois de logo atrás, abriam em "V", enquanto os
laterais recompunham o meio-campo. Isso mesmo, cruzava quem tinha mais
habilidade.
Equipe alguma resistia por mais de quinze minutos a esquema
tão mutante. A armação inicial defensiva, tornava-se um ataque voraz em 2-4-4,
sem medo de levar bola nas costas, por acreditar em si. Futebol também é
coragem e inovação. (para ilustrar melhor esse esquema, imagine-se a figura de uma taça
cheia da melhor champanhe, em que o nível seja a linha da grande área do adversário: ora, duas
cerejas; ora, quatro, flutuando nessa linha; outras duas logo abaixo e mais
duas em liberdade, para navegarem quer pelas laterais, pela diagonal, quer pela sua vontade, tudo isso
sem esquecerem de que de um horizonte a outro há sempre a linha do equador. Ao
pé da taça, embalada numa rede, a cereja-mor: descansada, serena, confiante, número um nas costas, galhos flexíveis e
atenção nos olhos. À sua frente, dois lépidos e ferozes cães, prontos para a
mordida, no resguardar da sua melhor fruta. É apenas questão de ver ou não o
cristal de cabeça para baixo, e de cristais nós entendíamos.
Quanto à taça sempre nos vinha, claro!, e de boca para cima,
cheia de borbulhas do orgulho de nossas onze cerejas, deliciosamente boas de se
ver, e que nunca se jactavam.
Meritórios, sim, dedicavam-se ao esquema tático, de forma
única, sem se tolherem. Aquela equipe, se preciso fosse, e eu vi, defendia-se
com oito e atacava com oito, porque os zagueiros, além de combativos também
sabiam driblar, conduzir a bola com maestria, criar oportunidades de gol, e os
pontas, que tinham a velocidade da luz, geralmente cruzavam rasteiro, pegando a
defesa adversária de lado, assim, havia sempre quatro homens para concluírem a
gol e mais quatro logo atrás, também para essa ou qualquer outra possibilidade.
O movimentar-se em "xis": como era engraçado o
susto e o desespero do lateral direito adversário, ao ver a bola lançada sobre
suas costas, e aquele nosso neguinho, Zé Biziu, a surgir da meia esquerda para
o ataque, usando a linha central do campo e a da lateral como catetos, enquanto
se transformava em hipotenusa. Quantos vi a tentar alcançar a bola com a mão,
em lançamento belo de João Ziriguidum, tropeçando no ar, em suas próprias
pernas e caindo no campo da vergonha. Ser-lhes ia melhor terem fechado os olhos
e morrido na inércia, assim não veriam nosso "Zé", ponteiro esquerdo
dos bons, ora a amaciá-la no corner e cruzá-la para a entrada fatal do nosso
oito, ou do nove, ou do dez; ora cruzando-a por toda a extensão da área, para
nosso outro ponta bater de primeira, com o lado de fora do pé direito, tornando
o difícil ou quase impossível em mais um brado retumbante: de gol!
E quando, raramente, o adversário, cobrava um tiro de canto,
nossa defesa subia e, de cabeça, recuava a bola ao goleiro que, velozmente, a
lançava com o pé ao nosso centroavante Jorge Guaçu, enquanto no ar ecoava mais um grito
retumbante.
Por dar mais, onde já se viu alguém entrar na área
adversária, com bola e tudo, após tabelar em pernas adversárias, em cobrança
com barreira, e encostar a bola no canto oposto ao do goleiro, com a força de
uma calmaria? Eu posso provar! Nosso lula, Luis Lacerda e irmão de Delorme,
camisa 10, o melhor de pele branca que já vi jogar, meu primeiro ídolo, assim
fazia, mas somente nas tardes em que não estava tão inspirado. Mirabile dictu!
Quando digo que derramei lágrimas nestas páginas, certamente
eis um dos motivos. Era-me também um tempo em que minha Seleção (a nossa, nacional) me fazia
chorar, quando não ganhava de goleada.
Já era noite de domingo, quando aquela gente sofrida, de mãos
calejadas de tanto trabalhar a terra, montava em seus cavalos e partia para os
seu ranchos, a trote lento, compassado, pitando cigarro de palha e tentando
repetir o refrão, enquanto nós, a garotada, continuávamos radiantes pelas ruas e
orgulhosos dos nossos heróis: Homo sapiens de Lineu.
Ó minha cidadezinha linda, onde não se cospe no chão e aprendi a ser gente.
"Minha querida Orobó,
Tu que de tão limpa história
Não tens errante, abres tranca
Oh! mãe d'ilustres cidadãos!
Não te houveras como eu:
Foste à luta e eu à
lua,
Mas não te esqueci, nem devia,
Sementezinha de paixão.
Eu tantas vezes quis voltar
Para rever-te, abraçar-te,
Ficar descalço a correr,
Mas sem jamais pisar teu chão,
Quanto sei que são as saudades
Que bem florescem em tuas praças;
Flores que só mesmo as águas
Que saem da minha regarão.
Querida, hoje os meus braços são tão curtos".
02/08/2013
OBRIGADO,
MEU DEUS!
Obrigado por tudo que já vivi na vida.
Obrigado por tudo que já vivi na vida.
Por ter sabido
descartar as coisas ruins:
1. Os amigos que se diziam amigos,
2. As doenças que venci,
3. Os males da alma (tentações tortas),
4. As ofensas desnecessárias e o perdão
que não ganhei.
Obrigado por
ter-me ensinado a velar as coisas boas e guardá-las
no meu arquivo que se abre automaticamente:
1. As pessoas que inesperadamente e na
hora mais precisada se me apresentaram como amigas e assim hoje ainda se comportam;
2. Todos os animais com a sua pureza e o
de mais da Natureza;
3. O trabalho e o bem material apenas
necessário;
4. O amor afetivo que me deste na mulher
amada e a sua retribuição;
5. A serenidade para poder resolver os
impasses e perdoar;
6. A felicidade de este mês comemorar
mais um aniversário.
Paro em dez
coisas, Senhor, pra não tomar Teu tempo, mesmo porque sei que vedes que me esforço por cumprir Teus
mandamentos.
Amém.
30/07/2013
12/07/2013
PARA DJALMA SANTOS
COISA DE DEUS - PARA DJALMA SANTOS, COM GRATIDÃO!
(O que vi com os meus próprios olhos)
São Paulo, 12/07/2013
Ver com os próprios olhos não é redundância, mas sim figura de linguagem; aqui, meu estilo de escrita em que exalto o que vi.
Este texto é para quem gosta de futebol, não como torcedor sazonal, mas pela poética da historicidade e a saudade que eles nos deixam. Escrevo em azul porque é a cor celeste.
"Era final do ano de mil novecentos e setenta e seis, eu morava na cidade de São Paulo, mais precisamente no Bairro Ponte Pequena, Rua Porto Seguro, a 300 metros do número 1.000 da Avenida Cruzeiro do Sul, Estádio da CMTC- Companhia Municipal de Transportes Coletivos (mais tarde seria extinta, por ser criada a atual SPTrans), onde as manhãs de domingo se faziam festivas, com o Desafio ao Galo, o imperativo Futebol de Várzea, sob a transmissão da TV Record, entrevistas de Samuel Ferro e narração de Raul Tabajara.
As equipes entraram
em campo, e como se sabe os fogos sempre pareciam convidar também os poucos peixes que
ainda lutavam pela sobrevivência no já adoentado Rio Tietê. Mas o Professor só
estava ali para alguns minutos de apoteose, não por enfrentar o adversário, um
time difícil: jovem e veloz, audacioso e reiterado, querendo a consagração.
Coisa de Deus,
havia mesmo de acontecer logo em frente à cabine do narrador: de repente, a defesa
inteira aberta, só restava o velho lateral direito, que possivelmente não
conseguira avançar na mesma linha imaginária dos seus colegas, por um possível impedimento
dos meninos incautos, o ataque adversário, quando, a bola lhe chegou viva,
saltitante, difícil de ser dominada.
O ponta esquerda
partiu pra cima do professor e o meia igualmente obstou a possibilidade de
recuo ao goleiro.
Então, no ar assim
ecoou:
— Dá um bico pra
arquibancada, Seu Djalma! — muitos bradarem, em coro.
— Joga ela pra além da Neusa! (a fábrica de balas do Canindé). Vai! Vai!— implorei.
E outros:
— Meu Deus! Com ele, não!
E os incrédulos:
— Já era, ficou velho!
— Já era, ficou velho!
Mas que nada, como
esperasse o audacioso e jovem atacante chegar-lhe mais, por uns seis ou cinco
centímetros, talvez, visto que não me lembro de ainda haver tal distância, deu
um leve totozinho nela, com o bico da chuteira do pé direito e, como parecesse
esperar ainda mais, com toda a calma da paz, quando a chuteira do adversário já
parecia ganhar da sua, tocou com o pé esquerdo, por cima do incauto, conduzindo
a sua enamorada, a bola, a inicialmente fazer-lhe a
barba e o bigode, quiçá pela primeira vez, depois a acariciar-lhe o nariz e a testa, por fim a pentear-lhe a cabeleira à Jovem Guarda... para
dormir no peito do seu companheiro que voltava desesperado, pronto por oferecer
a já desnecessária ajuda ao deus Djalma Santos.
Por respeito, tudo se fez
silêncio!"
Ao fim do jogo, a imprensa esperou-o concluir seus gestos para conosco, gratos por sua presença e satisfeitos por mostrar-nos como acaricia-se a bola; e ele, não menos virtuosamente também a atendeu para, depois seguir, olhando pro chão e pisando levemente no cascalho que dava direção a um pequeno ambiente o qual se tinha como vestiário."
Ao fim do jogo, a imprensa esperou-o concluir seus gestos para conosco, gratos por sua presença e satisfeitos por mostrar-nos como acaricia-se a bola; e ele, não menos virtuosamente também a atendeu para, depois seguir, olhando pro chão e pisando levemente no cascalho que dava direção a um pequeno ambiente o qual se tinha como vestiário."
E agora, também é momento de
silêncio, precisamos os adoradores do belo, orarmos por sua breve recuperação.
Amém.
Pois é, amigos, não
lhe oramos pouco, mas é assim, mesmo, Deus sabe o que faz: em 22/07/2013 foi recebido no Céu.
Djalma Santos é considerado o maior lateral direito de todos os tempos. Atuou na Portuguesa, Palmeiras e Atlético Paranaense. Óbvio, campeão e bicampeão pela Seleção Canarinho em 1958 e 1962.
Agradeço muito a quem lê e compartilha meus textos.
J. M. Monteiraso, 2013. Todos os direitos reservados. @dellarquim jmmonteiraso@blogsopot.com.br
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