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04/03/2012

DIA INTERNACIONAL DA MULHER


Sou de onde alguns desnudos não se saneiam dos cautérios, porque indenes às Leis ainda transformam o Febo em inclemente, ao usar Sua beleza e esplendor por rasgar mais e mais as costas daqueles que lidam subsistentemente com quebrarem pedras que os fazem perder de pronto vistas. Há ainda os golpes lépidos das máquinas podres de lamberem agaves, nos quais se lhe verem irem as tão necessitadas mãos.

Mas minha terra também é de poetas, de amantes, daqueles e de outros heróis, de Joanas, de Marias... Ó terra de Angélica e Quitéria: a primeira, mártir da independência baiana, heroína do Céu; a segunda, patronesse do quadro complementar de Oficiais do Exército Brasieiro e residente no Livro de Heroínas da Pátria. Heroína das militares. E Triângulo das Bermudas, estado puro de mistérios e patriotismo natural — quem fez seu mapa não navegasse no mais que um mar de amor por este País!?

Aprendi com suas manhãs a acordar festivo e com suas tardes a agradecer, bem lento, a deixar-me embalar em qualquer rede e a matar-me preguiçosamente de muito contemplar o alvitente e raro algodão que desliza em um céu com’azul que docilmente dói,  que se deixa rasgar por supersônicos e é quem em seu lugar gargalha e se embeleza ainda mais no zombar disso,  por não sentir dor e ser contumaz nesse colher o que já é raro, por usá-lo em si, nos curativos imaginários, como fios longitudinais. Nesses 'estados' do natural, de viveza aglomerada, o meu mar banha Jubartes, o meu bem ecoa ao mundo chamados multifocais: música, alegria, receptividade e paz, e em mim est’outro também estado, de em transe ser o enaltecer.

Por isso, nem as dores malcriadas que sofro, péssimas visões, e saudades reavivadas de amores perdidos que se me batem a toda hora, como canções líricas: ora doídas e longas, ora belas e passageiras, veias expostas, ancoradas em meus paralelepípedos, chafarizes de sangue, a salpicar meu corpo, páginas abertas, sabor de sal e cor de chocolate de ilhéu, me fazem desistir do verso e da prosa.

É feminino dor, é feminino alegria, é feminino esperança, é feminino gratidão, é feminino beleza... mas mulher... bem: para mim, mulher é substantivo sui generis.! Eu sempre quis escrever algo para as mulheres — ah, se conseguisse fazê-lo para todas! São sensíveis, não que só existam homens rudes —, fervorosas, indagadoras, inteligentes, competentes, emuladas, amantes... Substantivo plural ao qual já nem cabem mais bons adjetivos. Quando amam são inteiramente como meus versos: sem métrica — livres, mesmo —, em certas horas nada mais lhes importa:   ora que se lhe danem repetir conjunções, ou elidir vírgulas, pensar nas sílabas. Querem tudo à Herculano.
 
Fazem-se cadenciadas, rítmicas nas decisões coletivas, e também a nós. São longas no suspirar, alexandrinas no interpretar e soltas... soltas... soltas. Soltas? Que ingênuo eu fora! São mesmo ricas: rimam com nosso querer, com nossa satisfação, com nossa necessidade, com tantos dengos nossos. Alternam conosco até em tarefas ditas masculinas, opõem-se logo a qualquer dor que tenhamos, vivem a nos empurrar para o crescer... E quando se colocam intimistas, a ninar nossos filhos, por tirarmos a sesta de domingo, mesmo cientes de que logo mais só teremos os olhos para o indefectível futebol, superam até a própria poesia que há de fato no verbo compreender.

(O protótipo de macho patrimonialista que perdura nos tempos modernos, desafiando a lei, é o reflexo de um costume mau em prol da violência gratuita em face da mulher que, sabidamente já revogou o patriarcalismo. Geralmente, faz uso da força com tamanha incomensurabilidade qual não ousaria fazê-lo frente a um análogo. Trata-se de ser paradigmaticamente avesso ao Amor Romântico, não admitido como exemplo ou modelo de pessoa humana que se quer socialmente. Oxalá, fosse possível às paixões darem à mulher razão por abdicar do parceiro no momento da escolha. Mas ainda há certa imposição da realização da querência).


Todo o homem quer ser leão, mas vira gatinho no colo da sua leoa; todo o homem é meio suicida quando ama; toda a leoa assim o quer e assim o doma. São belas as mulheres, sim, são fêmeas, são mágicas, são nossas rainhas. (Agora, entendo por que as abelhas machas dão a vida à sua por um instante assim: não só por de fato entendê-las melíbonas, como, mais ainda, enternecidas... enlanguescidas... frutas... flores polinizadas depois do abate. Esses espécimes que por desconhecerem nossos adjetivos na hora de se darem à única e fatal entrega de suas vidas, sejam muitíssimo mais felizes que muitos de nós, machões, machistas, durões que ainda não abrimos mão de certas imparidades em favor de descobrirmos quão prazeroso é deixarmo-nos ser objeto do prazer de quem nos são doce e maravilhosamente coniventes e nunca se colocam em detrimento da construção da felicidade recíproca).

As mulheres são como nós e nós somos indescritivelmente ingênuos como nossas irmãs quando crianças, ou nós por vezes ainda já adultos, ou qualquer outro ser que ama, Elas são ora indescritivelmente complicadas, maduras, malandras, sábias como todas as mães, dóceis, belas ... Belas?! Eu já não disse isso? Que importa! Montanhosas, meu recôncavo (ou montanhas de Minas, salve a inspiração de Niemeyer: parabéns, Mestre!), às vezes, fábrica em nós de uma tal ambiguidade sem tamanho, quando louca e maravilhosamente se nos 'desaguam', espécies de pátria, dotadas de toda uma exigência gramatical, ou ofertório desta nossa grata obrigação: respeito e amor como os bons filhos temos, um para com o outro, ou para com a literal e como terei para com a outra, 'a minha', e como tenho para com todas vocês: musas, leitoras, amigas... mulher-mulheres, deusas em campos de violetas...  que o Deus mesmo antes de eu nascer, já me antecipara à alma.


Parabéns, ó abelhas-rainhas!


08 de março. Dia Internacional da Mulher.


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Da obra PINGOS DO MEU PENSAR, de J. M. Monteirás

Não twitter: @dellarquim @jmmonteiras    Instagram: J.M. Monteirás

COMO ELABORAR UMA BOA REDAÇÃO

COMO ELABORAR UMA BOA REDAÇÃO

Recebi alguns pedidos no sentido de orientar sobre como elaborar uma boa redação. Lembro meus primeiros traços, na cidade de Ruy Barbosa, no interior da Bahia, no Colégio Alice Telles.

Meus caros, não sou professor dessa disciplina, mas começo o assunto com o meu repúdio ao estranho emprego do pronome de tratamento "você" , que exige concordância com o verbo na terceira pessoa e, embora em desuso fosse grafado em maiúsculo (Você canta),  em vez do emprego de pronome pessoal reto, cuja regência do verbo se dá nas segunda ou terceira pessoas, respectivamente (tu cantas, ele canta);

Em lugar do pronome "SE",  o qual ensina a morfologia exerce funções de reflexibilidade, reciprocidade, passividade, impesoalidade (por isso, não exerce função subjetiva), conforme o caso, em oração colisiva como esta: "se você bebe água, é porque você sente sede", em que além do  horrível emprego e redundância do pronome de tratamento, se não se está dirigindo ao  interlocutor, o "você sente sede" silva aos ouvidos. Prova de um pouco de saber do redator seria "se SE bebe água é porque SE está com sede", isso porque se empregaria  recursos gramaticais, em que o primeiro "se" exerceria a função condicional (conjunção subordinativa condicional, pois que a condição é ter sede), o segundo, a função de pronome apassivador (voz passiva: água é bebida). Ademais, o que pareceria temerário aos ouvidos daria ainda que no mínimo voz à oração, por fungibilidade, ou seja, a troca do verbo "sentir" pelo verbo "estar".  Mas beleza, mesmo, se daria à oração se se elidisse tantos "SEs",  enxugando-se para  "bebe-se água porque tem sede".

Já quanto ao tal do "que nem", reprovável pela carência de alfabetização (bebe água que nem saído do deserto", o qual à primeira audição soaria inintelegível como "se nem", ou  CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear. Deve-se lembrar de que "que nem"  não  existe, porquanto o correto seria "bebe água como saído (provindo) do deserto". "Se nem no deserto economiza água, por que bater-se tanto a   Natureza por esse homem?".

Por fim,  a expressão "gente" é substantivo feminino, e tal como o pronome de tratamento "Você", que deve ser grafado com inicial maiúscula, a exemplo de Senhor, Senhora,  exige regência na terceira pessoa, reitero: "A gente vai", "A gente é bela!". Substantivo feminino, quem usa "a gente" para referir-se à primeira pessoa, portanto, deveria dizer "eu vou", "eu sou belo, eu sou bela"; bem quem o usa para referir-se à primeira pessoa do plural, não deverá sentir-se desconfortável, depois, já que o fez em detrimento do correto: "nós vamos, "nós iremos", "nós somos belos (aqui, por modéstia, sem o ponto de exclamação)".

Se você achou esse texto desagradável e cheio de si, é porque escrever errado é mesmo muito feio. Quanto ao "SE", hum!.  Esse pronome exige mais estudo.

Feitas essas observações, básica e particularmente uso no mínimo três requisitos para uma redação manuscrita, sucinta e rica:

1. tema,

2. desenvolvimento,

3. conclusão.


No entanto, já que é oportuno, para melhor elucidação, focaremos em cinco requisitos:

1. título,

2. tema,

3. fundamento,

4. desenvolvimento do tema,

5. conclusão.

Em que:

1.a Título é o nome que se dará à redação.

2.a Tema é o sentido da redação, aquilo que abarca ou faz jus ao título.

3.a Fundamento é a fonte, a base de inspiração, o apoio em que o redator se inspira para elaborar a redação. Como ninguém tem cognição própria, ou seja, nossa formação é sempre baseada em outros autores: sobre Matemática, lembramos Pitágoras, sobre Filosofia lembramos Aristóteles, sobre poesia lembramos Dante ou Castro Alves, sobre a nossa prosa lembramos Machado de Assis etc.

4.a Desenvolvimento do tema é o pensamento próprio, é livre, é onde o redator mostra que conhece do tema. Pode ser sucinto ou mais alongado.

5.a Conclusão é o fechamento da redação, é o composto dos requisitos, o resultado do que se escreveu, a clareza que encerra a redação.

É importantíssimo abominar gerundismo, bem como próclise em início de frase,  ênclise após pronome atrativo; deixar o "SE" solto entre dois verbos (não deverá sentir-SE desconfortável, e "não deverá SE sentir desconfortável"), usar critério pessoal para emprego de artigo definido antes de pronome possessivo etc.

(Ademais, tomo a liberdade de dar como exemplo um pequeno artigo meu e ressaltar que tenho a honra de guindar, dentre outros, dois preâmbulos inesquecíveis: o do nosso Castro Alves, em ESPUMAS FLUTUANTES e o da nossa Constituição, promulgada em 05 de outubro de 1988).

(Vamos ao título)

O VOTO, EIS UMA DAS MAIORES LIBERDADES DE EXPRESSÃO

(Agora, vamos ao tema: é uma espécie de resumo do que se irá escrever)

A liberdade de expressão é abarcada pela Constituição Federal (CRFB/88 e oriunda de convenções internacionais como: a Declaração dos Direitos Humanos, de 1948 (ONU, art. 19); a Convenção da Europa e o Pacto de San José da Costa Rica.

(Agora, ao fundamento)

É oportuno reiterar Karl Jaspers (1883-1969), com interpretação livre (ver o texto literal nas fontes bibliográficas), por tratar-se de um dos meus filósofos prediletos: 'só nos momentos em que se exerce a liberdade é que se é plenamente si mesmo'.

(Eis o desenvolvimento do tema - para maior clareza, dividi em três parágrafos)

Assim será o indivíduo autêntico, auto determinado, cidadão independentemente de crença religiosa, nível de conhecimento, idade, do que seja... porquanto conta que no interior da pessoa humana está a sua liberdade para agir conforme a sua vontade, a sua lei moral ou imperativo categórico.

Conforme Platão (428-347 a. C.), ‘o homem é um ser político’; mas a política deve considerar a Liberdade; então digo: se aquela passasse por Essa, sem algumas reservas (estatuídas), extrapolaria também outros Princípios, feriria a moral, conceito de virtude de Aristóteles (384 a. C - 322 a. C.) e de Immanuel kant (1724 - 1804).

Em sendo assim, atuemos com a Liberdade que a nossa Constituição oferece. Melhor, na Liberdade Universal que abarca o Direito e que por força dessa Liberdade versa o nosso ordenamento jurídico. Pratiquemos, pois, a liberdade lícita. Exerçámo-La como cidadãos, eleitores, na construção de um país sem nada que o obste vilmente, na de um Estado cujo povo com tirocínio racional lógico e amparo da respeitabilidade dos que governam seja nesses crível e em tudo mais que lhe seja dito. E assim correspondamos todos para a grandeza e a soberania da nação.

(Por fim, a conclusão)

É, pois, hermeticamente tomado por este direito inquestionável de bem viver que devemos varrer o resto que há de parvo no cenário político: os que ainda tentam nos aprisionar com falcatruas na insistência em manterem-se como competentes legislativos; e, mesmo se ainda fôssemos somente gente, eis que seria a hora de, definitivamente, sairmos da inércia escravagista, passarmos a povo.

Já superamos muito disso, havemos de exercer cada vez mais os nossos direitos.

Quer vê-lo novamente?


O VOTO, EIS UMA DAS MAIORES LIBERDADES DE EXPRESSÃO



A liberdade de expressão é abarcada pela Constituição Federal (CRFB/88 e oriunda de convenções internacionais como: a Declaração dos Direitos Humanos, de 1948 (ONU, art. 19); a Convenção da Europa e o Pacto de San José da Costa Rica.

É oportuno reiterar Karl Jaspers (1883-1969), com interpretação livre (ver o texto literal nas fontes bibliográficas), por tratar-se de um dos meus filósofos prediletos: 'só nos momentos em que se exerce a liberdade é que se é plenamente si mesmo'.

Assim será o indivíduo autêntico, auto determinado, cidadão independentemente de crença religiosa, nível de conhecimento, idade, do que seja... porquanto conta que no interior da pessoa humana está a sua liberdade para agir conforme a sua vontade, a sua lei moral ou imperativo categórico.

Conforme Platão (428-347 a. C.), ‘o homem é um ser político’; mas a política deve considerar a Liberdade; então digo: se aquela passasse por Essa, sem algumas reservas (estatuídas), extrapolaria também outros Princípios, feriria a moral, conceito de virtude de Aristóteles (384 a. C - 322 a. C.) e de Immanuel kant (1724 - 1804).

Em sendo assim, atuemos com a Liberdade que a nossa Constituição oferece. Melhor, na Liberdade Universal que abarca o Direito e que por força dessa Liberdade versa o nosso ordenamento jurídico. Pratiquemos, pois, a liberdade lícita. Exerçámo-La como cidadãos, eleitores, na construção de um país sem nada que o obste vilmente, na de um Estado cujo povo com tirocínio racional lógico e amparo da respeitabilidade dos que governam seja nesses crível e em tudo mais que lhe seja dito. E assim correspondamos todos para a grandeza e a soberania da nação.

É, pois, hermeticamente tomado por este direito inquestionável de bem viver que devemos varrer o resto que há de parvo no cenário político: os que ainda tentam nos aprisionar com falcatruas na insistência em manterem-se como competentes legislativos; e, mesmo se ainda fôssemos somente gente, eis que seria a hora de, definitivamente, sairmos da inércia escravagista, passarmos a povo.

Já superamos muito disso, mas havemos de exercer cada vez mais os nossos direitos.

Ah, lembre-se sempre como pensamento do dia:

"O MAIS GRANDE DE TODOS NÃO É O MAIOR, MAS SIM O MAIS ERRADO. FAÇA AS COISAS CORRETAMENTE E SEU DIA SERÁ EXITOSO". 
Twitter:  @dellarquim    @jmmonteiras     Face book: jmmonteiraso

Bibliografia:
http://www.embaixada-americana.org.br/democracia/speech.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Liberdade_de_express%C3%A3o
http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=2195
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http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Categoria:Liberdade_de_express%C3%A3o&oldid=3328500por usuário:201.6.212.213. --Lgrave ? 19:58, 27 Setembro 2006 (UTC)[editar] Exercícios práticos